segunda-feira, abril 29, 2013

Sal, tão natural...

Ai, ai, tão adorado  e, ao mesmo  tempo, tão temido... Ultimamente - leia-se aqui há pelo menos sete anos - tem se falado sobre os malefícios do uso excessivo do sal para a saúde. Interessante como, durante esse mesmo tempo, não houve qualquer preocupação efetiva em orientar as pessoas sobre de que maneira esse consumo poderia ser reduzido. Na verdade, o que se continua vendo é a comida com aquela boa "pitada" de sal pra "dar um gostinho" e o saleiro a mesa pra complementar o sabor.

Olha só que beleza: o sal, bem lá no início, era tido como um conservante alimentar. Além de dar um pouco mais de sabor ao alimento, garantia que o mesmo não fosse deteriorado por microrganismos etc; tinha um uso, digamos, sanitário. Além disso, verificou-se que o sal seria necessário ao corpo humano até mesmo para a transmissão de impulsos nervosos. Mas, como tudo na vida é controle, coisa que o ser humano tem pouco ou esquece de empregar em algumas situações, houve um aumento absurdo no uso deste ingrediente: o sal começou a ser usado em alimentos - ou até comidas - já com sal - algumas com muito sal, como os fast foods - e ao mesmo tempo que temperos fortes como a pimenta ou os caldos - que já tem sal! E, aí, o que aconteceu? Percebeu-se que o uso desregrado dessa pitada de sabor estava ocasionando ou aumentando a incidência de doenças como hipertensão, que culminavam até em infartos.


O fato é que O ser humano precisa ingerir 5 a 6 gramas de sal por dia. Sabe quanto é isso? Uma colher de chá cheia! Pense rapidamente, agora, em quanto sal você usa pra cozinhar uma refeição completa... Soma aí a quantidade de sal do arroz, do feijão e daquela pitada que vocês cisma em colocar em cima da salada de alface e tomate!



Ah, mas eu tenho que fazer a comida sem sal agora?!


Não necessariamente. Algumas coisas podem, sim, ficar sem sal, deixando a gosto do freguês, como costumo dizer. Ou seja, o tanto de sal em alguns itens , como as batatas fritas - ok, não é tão saudável, mas a gente come moderadamente -, pode ficar a gosto de quem se serve. 


Outra possibilidade está em fazer substituições, como o uso de temperos naturais, como cebola, alho, salsinha, cominho, orégano e as mais variadas ervas e até as pimentas - que devem ser utilizadas com moderação - e até mesmo dos famosos temperos prontos, com uma boa dose de parcimônia, uma vez que, em regra, também contêm sal.





Atenção também com os alimentos industrializados e enlatados. É fundamental, antes de consumir, olhar o rótulo e não embolar os conceitos de sódio e sal. Vamos lá! 6g de sal tem apenas 2,4g de sódio. Então, se não houver a quantidade específica de sal - que geralmente não tem - vale multiplicar a quantidade (em gramas) de sódio indicada no rótulo por 6, que seria a quantidade em gramas base de sal, e dividir esse resultado por 2,4 - que seria a quantidade base em gramas de sódio. 

Eu sei, parece chato, mas as vezes lembrar a regra de três da tia lá do ginásio é uma boa pra saúde! Regrinha de três simples: 6g de sal está para 2,4g de sódio assim como a quantidade X de gramas de sal está para a quantidade Y de gramas de sódio. Nossa, minha fase orientadora educacional, tia de Matemática, voltou! Chata a minha pessoa? Não, Matemática é vida, abra o coração!

Voltando ao tema inicial, é possível consumir a quantidade necessária de sal por dia somente através da ingestão de alimentos, como carnes, peixes, ovos. Daí a preocupação com a ingestão por acréscimo. 

Então, basta eu tirar o sal da minha alimentação! Ele estará nos alimentos!

Não precisa tanto, até porque uma dieta restritiva de sal, com menos de 1g por dia, aumenta os índices de colesterol ruim. É aquilo: nada em excesso, nem a restrição.


A introdução do sal de cozinha é interessante pelo acréscimo de iodo que recebe e esta é uma substância muito importante para a regulação da tireóide. Entretanto, atenção, Sal com menos iodo deve ser produzido no Brasil em até 90 dias. E por que? Porque também se descobriu que o iodo, "...acrescentado ao sal para evitar doenças, como o bócio, um aumento no volume da tireoide, uma glândula localizada no pescoço que dita o ritmo em que o corpo trabalha..." em excesso "...de acordo com a OMS, pode levar ao surgimento de hipertireoidismo em idosos e à síndrome de Hashimoto, doença autoimune que atinge mais as mulheres, na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a tireoide."

Aí, eu te pergunto: além de mudar a quantidade de iodo, diminuir a quantidade de 6 pra 5g por dia, não seria o sal um assunto interessante de ser tratado com as crianças no período escolar ou em programas de horário nobre, como novelas e jornais? Pensem em como seria revolucionário se uma criança começasse a falar com os pais sobre os prejuízos do uso do sal em excesso para a saúde ou se a mocinha da novela mudasse seus hábitos alimentares influenciando positivamente seus telespectadores. Ideias, ideias... Sei lá, apenas gerindo perspectivas.


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